Harold Bloom, pensador e crítico literário americano, aponta a brilhante inquietação de Blaise Pascal diante dos mistérios que cercam a existência (Bloom, 2004):
Quando considero a brevidade da minha vida, engolida pela eternidade antes e depois, o pequeno espaço que preencho e que sou capaz de enxergar, tragado na imensidão infinita de espaços sobre os quais sou ignorante, e que não me conhecem, fico assustado e atônito por estar aqui... Quem me colocou aqui? Por ordem e instrução de quem este tempo e lugar me foram alocados?
A brevidade da vida é espantosa, e os fenômenos que a envolvem são assombrosos. Choramos ao nascer, sem compreender o mundo em que entramos. Morremos em silêncio, sem entender o mundo de que saímos. Quem nos colocou no anfiteatro da existência para saborear a vida e depois de alguns
momentos nos fazer despedir dela como névoa que se dissipa ao calor do sol?
Foram os fenômenos que surgiram do vácuo existencial? Foi o "nada" que despertou do sono de ser
coisa nenhuma e resolveu vestir a roupagem dos elementos reais? Ou foi Deus, o Criador, o Autor da existência, a origem de tudo o que existe, independentemente do nome que se atribui a Ele e da religião que se usa para compreendê-lo?
Os segredos do Pai-Nosso
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